Ah, como a gente tem que ser humilde para amar! Como a gente tem que acolher as dúvidas, as incertezas que nos transpassam e aceitar que nossas verdades, vez ou outra vão levar rasteiras, vão ir por água abaixo. Para amar, ah! Como a gente tem que, tantas vezes, deixar o orgulho ser desmoronado – tijolinho por tijolinho – e ficarmos crus e desapegados do que era a nossa mais íntima proteção. Esse orgulho que a gente confundia com amor próprio. Mas era só medo de sofrer demais e de novo. Porque se a gente, por vezes, não deixar o orgulho de lado, não há espaço para os perdões e os renascimentos. E parece que o amor é planta em constante transformação, se a gente se apega à semente, a gente nunca verá a árvore. Se a gente não se deixa desestruturar, se a gente não cede, até ao que é grande e certo dentro da gente, a gente não dança com a energia do amor. Ah, como a gente tem que passar dos nossos limites tão minuciosamente estabelecidos, dizer não, sair de perto, ficar só por u...