AZUL
O amor dói-me
e congela os ossos
como tempestade
numa floresta do Canadá.
E a cabana fria – apesar da lareira acesa
me faz refletir sobre todos os golpes baixos.
E o fim
invariavelmente tragicômico,
melodramático
destrói vísceras, diminui serotonina, libido;
compromete neurônios e conta bancária.
e o coração-partido
e fragmentado
vivencia, enfim, o fim.
Fim de filme insosso de Woody Allen
ou de história açucarada
dos livros de Nora Roberts.
Fechadas todas as portas
não há chance para recomeço.
Como dança indiana
o amor Eros, inexplicavelmente,
cansa, aborrece, fere – e, às vezes, mata.
Será que Ágape me preenche?
Ou apenas Vênus-Afrodite
ficará adormecida – como tumba egípcia
nas Asas da Memória ou do desavergonhado coração?
(*) Eugenio Santana, FRC – jornalista, escritor, poeta e ensaísta literário.
Comentários
Postar um comentário