meu coração.




A esta altura, percebo. Os maiores erros que cometi tiveram a mesma raiz: não ouvi meu coração. Ele estava lá, sensível, atento, disponível, pulsando no peito, saltando de alegria ou contraindo-se de aflição para me mostrar o caminho: 



“Por aqui sim”, “por ali não!”
E eu o desprezei. Não confiei nas suas claras instruções. 
Avancei por cima com indiferença, como se fosse nada, ou com brutalidade, como se fosse um intruso em minha vida. Tão sofisticado e expressivo, ele me incomodava, e, se pudesse, eu o teria suprimido.
Ah, como eu o traí! Como o maltratei! Eu queria ser inatingível, superior, e abraçava a racionalidade, pensando que me poupava sofrimento. Mas só fazia me entranhar na cerração!
Já na trilha das lágrimas é que fui me lembrar do cordial companheiro. Do quanto era puro, inocente e amoroso. Só então entendi que ele sempre quis me ajudar, e, por medo, recusei.
Se eu tivesse escutado o meu coração, teria sido muito mais feliz, certamente. Mas a verdade é que eu não estava preparada para ser feliz. Agora, como criança que aprende, vou ficando ciente da sua sabedoria, lealdade e ternura. Ouço os seus conselhos e me empenho em conquistar o que pode ser meu.
E ainda clamo a esse doce amigo: me perdoa, meu amor. E toma conta de mim.

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