Tião Carreiro & Pardinho - A coisa tá feia


Com o nome de José Dias Nunes foi batizado e como “Tião Carreiro” ficou consagrado. Natural de Monte Azul, norte de Minas Gerais, nasceu em 13 de dezembro de 1934.

Tião Carreiro, habilidoso tocador de viola, um dos maiores violeiros brasileiros, com seu carisma e talento , exercia uma magia sobre a pessoas, tendo conquistado um público fiel, que mesmo após dez anos de sua ausência física, continuam cultuando o ídolo.
Tinha um carinho especial pelos fãs, era atencioso com eles, apesar de sisudo, possuía uma doçura embaixo da aparência carrancuda.
Soube cultivar grandes amigos e também conserva-los sempre, homem de aparência séria, as vezes tímido, mas ao mesmo tempo desinibido enfrentava grandes plateias.
Aonde chegava era rodeado de pessoas, que se encantavam com seu jeito autêntico de ser, sua humildade, suas histórias cômicas folclóricas, exagerando nas coisas propositalmente.
Seu time o Corinthians, sua religião católico não praticante mas devoto de de 
Aparecida, e acreditava em benzimentos também.
Adorava se vestir bem, gostava de jóias, bons perfumes, bons carros, e assistir corridas, e amava cavalos.
Não bebia como todos diziam, muito pelo contrário , guardava whiskies e pingas que ganhava e formou um coleção de bebidas que gostava de mostrar aos amigos.

O Pagode

Tião Carreiro tocava viola desde jovem, mas era inconformado, sempre procurando novas formas de tocar, foi aí que inventou um ritmo diferente, em que a viola batia cruzado com o violão, numa mistura de recorte do catira lento com o recortado mineiro mais expressivo. E nessa junção criou um novo som

Na rádio cultura de Maringá/PR; Tião começou a bater com sua viola e conseguiu fazer a junção da viola com o violão na mesma gravação.
Chegando em São Paulo, tocou a fita para o Lourival dos Santos – consagrado compositor sertanejo e Teddy Vieira e estes ao ouvi-la , comentaram, parece um pagode – pagode em Minas Gerais era baile, e estava batizado o novo ritmo, e Tião Carreiro tornou-se “O Rei do Pagode”.
O primeiro pagode a ser gravado foi “Pagode em Brasília, "(e não Pagode como havia constado).
Na cultura da música raiz , o Pagode sertanejo é hoje um dos ritmos mais tradicionais, tendo projetado Tião Carreiro por seu toque marcante e inconfundível , passando a enriquecer a lista dos ritmos regionais.

Tião Carreiro se foi como outros grandes mestres:vítima de complicações advindas de diabetes que lhe consumiu lentamente, sem compreender a dimensão e o alcance de seu trabalho. 
Porém, conseguiu o que todo artista sonha – compôs com os melhores letristas, tocou seu instrumento como poucos e cantou como ninguém — era, pois, um músico completo. Honrou, sem dúvidas, a herança recebida de seu pai, a sua primeira viola. José Dias Nunes, Tião Carreiro, faleceu dia 15/10/1993 e foi sepultado no cemitério da Lapa, onde foi construído um memorial em sua homenagem e que recebe inúmeros fãs todos os anos, que passam horas e horas cantando seu repertório e relembrando alguma passagem de sua carreira. 
Viva Tião Carreiro!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Humberto Gessinger e Rogério Flausino - Negro Amor

A mulher do chapéu violeta

Aporrinha ou purrinha