O que vemos é parte.


Nós, marujos cansados em tempestade ou brisa suave somos tentados a deixar a questão de lado. Somos inevitavelmente conduzidos a abraçar este lado da realidade que é parte, não todo. Pois o erro dos filósofos foi este mesmo: pensar que aqui é sombra e o outro lado é real. Erraram pois a realidade aqui é parte de outra parte, do outro lado. Partes que juntas fazem o todo. 
O que vemos não são sombras, mas ecos, resquícios de um mundo que era, é, e se foi...O que vemos são lampejos da grande beleza embrulhada em alegria e tristeza. 
E assim, dentro de todo ser que vive deste lado do trovão, o anseio é real. 
Desejamos respirar o ar de um novo lar e avistar outras colinas, que conspirariam contra o que já vimos de todas as paisagens conhecidas. 
O que vemos é parte. É um eco, um lampejo do "todo". 
Pois o todo, olho ainda não viu, ouvido ainda não ouviu e coração ainda não sentiu.

Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.
1 Corintios 2;9

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