Pecado Capital


Os pecados capitais vão além do nível individual. Começam no coração da pessoa, mas o extravasam e se espalham, e podem se concentrar em determinados ambientes, até instalando-se em determinadas instituições. Tudo começa com um sentimento (o pior) partindo de um coração contaminado por alguns desses pecados,  gera a corrupção: 
"corrupção" do latim corruptus, significa o "ato de quebrar aos pedaços", ou seja, decompor e deteriorar algo. 
Para que se configure a corrupção, é preciso no mínimo dois indivíduos: 
o corruptor e o corrompido.

Corruptor: aquele que propõe uma ação ilegal para benefício próprio, de amigos ou familiares, sabendo que está infringindo a lei;
Corrompido: aquele que aceita a execução da ação ilegal em troca de dinheiro, presentes ou outros serviços que lhe beneficiem. Este indivíduo também sabe que está infringindo a lei.

Os sete pecados capitais 
Gula
A gula é o desejo insaciável por comida e bebida. A pessoa que comete este pecado não vai diretamente para o inferno. Segundo tal visão, a gula também está relacionada com o egoísmo humano: querer adquirir sempre mais e mais, não se contentando com o que já tem, uma forma de cobiça. A gula seria controlada pelo recurso à virtude da temperança.

Avareza
A avareza ou ganância é o apego excessivo e descontrolado aos bens materiais e ao dinheiro.Pois o avarento prefere os bens materiais ao convívio com Deus. Neste sentido, o pecado da avareza conduz à idolatria, que significa tratar como se fosse Deus algo que não o é. É considerado o pecado mais tolo, por se firmar em possibilidades.

Luxúria
A luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material. A luxúria é definida, por vezes, como desejo perante o prazer sexual mal administrado, embora incorpore outros tipos de desejo, como o da comida, o da bebida e o da superioridade em relação aos demais. Por este entender, a luxúria está também bastante relacionada com a gula, a soberba e a avareza, pois, através de ambas, o pecador deseja adquirir o prazer. Também pode ser entendida em seu sentido original: “deixar-se dominar pelas paixões”.

Ira
Conhecida também por cólera, é o sentimento humano de externar raiva e ódio por alguma coisa ou alguém. É o forte desejo de causar mal a outrem e um dos grandes responsáveis pela maior parte dos conflitos humanos no transcorrer das gerações.

Inveja
A inveja (do latim invidia) 'é o desejo exagerado por posses, status, habilidades e tudo que outra pessoa tem e consegue. É considerada pecado porque uma pessoa invejosa ignora suas próprias bênçãos e prioriza o status de outra pessoa no lugar do próprio crescimento espiritual. O invejoso ignora tudo com que foi abençoado e que possui, para cobiçar o que é do próximo.
A inveja é frequentemente confundida com o pecado capital da avareza, um desejo por riqueza material que pode ou não pertencer a outrem. Na forma de ciúme, a inveja é proibida pelos Dez Mandamentos da Bíblia.

Preguiça
Do latim acedia. A pessoa com este pecado capital é caracterizada pela Igreja Católica como alguém que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza, de causa orgânica ou psíquica, que a leva a uma inatividade acentuada.

Soberba
A soberba (do latim superbia) é conhecida também como vaidade ou orgulho. Está associada a orgulho excessivo, arrogância e vaidade.
Em paralelo, segundo o teólogo São Tomás de Aquino, a soberba era um pecado tão grande que ficava fora de série, devendo ser tratada em separado dos restantes pecados e merecendo atenção especial. Aquino tratava a questão da vaidade como sendo um pecado em separado, mas a Igreja Católica decidiu unir a vaidade à soberba, acreditando que neles havia um mesmo componente de vanglória, o que levaria ao seu estudo e ao seu tratamento conjuntos.

No final do século VI o Papa Gregório I reduziu a lista a sete itens, juntando "vaidade" e "orgulho" (ou "soberba"), e trocando "acídia" (ou "preguiça") por "indolência" e "melancolia" por "inveja". 
Para fazer sua própria hierarquia, o pontífice colocou em ordem decrescente os pecados que mais ofendiam ao amor:

Mais tarde, outros teólogos, entre eles, Tomás de Aquino analisaram novamente a gravidade dos pecados e fizeram mais uma lista. No século XVII, a igreja substituiu "melancolia" – considerado um pecado demasiado vago – por "preguiça".
A lista de Tomás de Aquino dos pecados capitais era:

Vaidade  - Inveja - Ira - Acídia - Avareza - Gula - Luxúria

Os pecados são diretamente opostos às sete virtudes, que pregam o exato oposto dos sete pecados capitais.
Em 1589, Peter Binsfeld comparou cada um dos pecados capitais com seus respectivos demônios seguindo os significados mais usados. 
De acordo com Binsfeld's Classification of Demons, esta comparação segue o esquema:

Asmodeus - Luxúria
Belzebu     - Gula
Mammon   - Ganância
Belphegor - Preguiça
Azazel       - Ira
Leviatã      - Inveja
Lúcifer       - Orgulho

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