Nobel da Física vai para ondas gravitacionais


O Prêmio Nobel da Física de 2017 foi concedido nesta terça-feira, 3, ao alemão naturalizado americano Rainer Weiss e aos americanos Barry Barish e Kip Thorne por sua atuação no Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferometria a Laser  (Ligo, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, que permitiu a detecção de ondas gravitacionais pela primeira vez na história. 
O anúncio foi feito nesta terça-feira, 3, pela organização que concede o prêmio, o Instituto Karolinska, na Suécia. De acordo com o comitê do Nobel, os cientistas laureados deram "decisivas contribuições ao detector Ligo e à observação de ondas gravitacionais".
As ondas gravitacionais foram previstas por Albert Einstein em sua Teoria Geral da Relatividade, publicada há cem anos, mas, extremamente sutis, elas pareciam - até mesmo para o próprio Einstein - impossíveis de detectar. Foi somente em 14 de setembro de 2015 que os cientistas finalmente detectaram, no Ligo, as tênues vibrações emitidas por dois buracos negros que giram um em em torno do outro, a 1,3 bilhão de anos-luz da Terra.
Antes, os físicos sempre utilizaram o espectro eletromagnético – que inclui a luz visível, o raio X e o infravermelho, por exemplo – para fazer suas descobertas. Mas o experimento provou que também é possível estudar o Universo a partir de outros tipos de ondas existentes. A partir dali, os cientistas se convenceram de que, se é possível detectar ondas gravitacionais, talvez seja possível descrever fenômenos que não emitem ondas eletromagnéticas suficientemente significativas para serem observadas. "Antes nós víamos o Universo. Agora, nós começamos a ouvi-lo”.


Para que servem?

As ondas gravitacionais são “uma nova janela para o Universo”. Graças a elas é possível entender os mecanismos de algumas das ocorrências mais violentas do Cosmos, como as colisões entre buracos negros ou as explosões de estrelas. Com elas, seria possível até mesmo estudar o que aconteceu um milionésimo de segundo depois do Big Bang. Também marcarão o início de uma nova era na astronomia, porque o Universo é quase transparente para elas, o que permitirá observar fenômenos astrofísicos que de outra maneira permaneceriam ocultos - a formação de buracos negros ou como se comporta a matéria em condições extremas.
O conhecimento do Cosmos se faz agora, principalmente, por meio da radiação eletromagnética (luz visível, infravermelho e raios-X, por exemplo). Com ela se pode “ver”, enquanto que com as ondas gravitacionais seria como “ouvir” o Cosmos. Permitiriam passar através dos objetos que existem entre a Terra e o outro extremo do Universo, porque as ondas atravessam tudo

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